O Musicou Convida retorna a sua programação na cidade de São Paulo entre os dias 24 e 25 de setembro. Dessa vez, o Musicou FUNSAI, localizado no bairro do Ipiranga, recebe a compositora e pianista Heloisa Fernandes.
Nos dois dias, da 14h às 17h, a artista convidada realiza oficina gratuita de Criatividade e Invenção Musical para 20 alunos do Musicou FUNSAI e para as primeiras 10 pessoas que chegarem ao núcleo. No dia 25, às 19h, ela realiza um concerto aberto ao público no auditório do LAMFF, com capacidade para 60 pessoas.
Com um repertório centrado em sublimes interpretações e criações instrumentais, sendo uma das cinco finalistas premiadas no Prêmio Visa de Música Brasileira, Heloisa Fernandes consolidou sua carreira profissional através da pesquisa da cultura popular, que abastece suas composições como fonte catalizadora e inspiradora.
Na oficina do Musicou Convida, a artista fala sobre o seu processo criativo para composição e performance de músicas instrumentais e jazzísticas da música popular brasileira.
Próxima atividade no Musicou FUNSAI
O Musicou Convida retorna para o núcleo de São Paulo para atividades artístico-pedagógicas, dias 10 de 11 de outubro, com o produtor musical Arthur Joly. Fundador da gravadora Reco-Head Records, Joly lançou e produziu dezenas de discos, entre ele o aclamado “Vivo Feliz” da cantora Elza Soares.
Em dois dias de oficinas no Musicou FUNSAI, Arthur apresenta para o público como funciona a produção musical na prática, a vivência profissional e mostra como fazer uma gravação multipista.
Sobre o Musicou Convida
O Projeto Musicou Convida está calcado em uma proposta de residência artística em que artistas consagrados, com carreiras consolidadas em âmbito local, nacional ou internacional, são convidados a desenvolver um projeto artístico e pedagógico voltado aos alunos e alunas do Núcleo Musicou, educadores(as) e comunidade.
Cada projeto é elaborado pela equipe de coordenação regional e gestão da sede do Musicou em conjunto com os(as) educadores(as) dos núcleos. Os(as) artistas são selecionados(as) de acordo com objetivos artísticos e pedagógicos a serem desenvolvidos em cada núcleo.
A escolha dos artistas busca também atender ao critério de diversidade musical e cultural previsto no Projeto Político e Pedagógico do Musicou.
Os projetos podem envolver workshops e master classes a alunos(as) e comunidade, participação em apresentações musicais junto a alunos(as) do Musicou, performance, formação da equipe educacional, entre outras possibilidades.
Os artistas residentes desenvolvem seus projetos em dois ou três encontros, a depender de qual tenha sido o plano elaborado e a frequência para sua aplicação. Desta forma, os projetos poderão ser desenvolvidos em encontros consecutivos ou distribuídos ao longo do semestre e os artistas poderão retornar ao núcleo após um período combinado para um encerramento em conjunto, a partir do que foi desenvolvido em suas diretrizes e orientações anteriores.
Sobre o Musicou
O Musicou é um programa de educação musical que oferece aulas gratuitas para pessoas de todas as idades, em diversas cidades do Brasil. Os núcleos oferecem aulas de iniciação musical, canto coletivo, percussão, violão, viola caipira e sanfona (é preciso consultar os cursos disponíveis em cada região).
Apesar de novo, o Musicou já nasce com sólida experiência em música, educação e desenvolvimento social, pois trata-se de um programa criado pela Sustenidos Organização Social de Cultura, instituição sem fins lucrativos, especialista na implantação e gestão de políticas públicas de cultura.
SERVIÇO
Musicou Convida Oficina de Criatividade e Invenção Musical + Concertocom Heloisa Fernandes
Dias das oficinas: 24 e 25 de setembro, das 15h às 18h Dia do concerto: 25 de setembro, às 19h
Com o principal objetivo de destacar os colaboradores da Sustenidos, trazendo entrevistas individuais sobre como é trabalhar em uma OS, a partir de diferentes perspectivas, a editoria Sou Sustenidos chega a sua terceira edição. A coluna já conversou com o gerente artístico musical do Conservatório de Tatuí, Renato Bandel, e com a gerente do projeto Musicou, Fernanda Solon.
Compartilhado em primeira mão aos assinantes da newsletter Sustenidos Conecta, o post é mensal e, dessa vez, conta a história da Ana Lucia Lopes – Gerente de Formação, Acervo e Memória do Theatro Municipal.
. Ana Lucia Lopes. Foto Acervo Pessoal
Nascida no bairro da Penha, subúrbio do Rio de Janeiro, Ana Lucia cresceu no município de Nova Iguaçu, onde se formou em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia Ciência e Letras de Nova Iguaçu (1977). Em São Paulo, realizou mestrado em Ciência Social -Antropologia Social- pela Universidade de São Paulo (1997). No ano de 2006, se tornou doutora também pela USP. Ela trabalhou por 16 anos no Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, antes de chegar em 2021 na Sustenidos.
Filha de pais socialistas, Ana Lucia sempre esteve ligada a pautas políticas públicas sociais. “Na década de 1970, eu comecei a fazer ações de mobilização para melhoras no meu bairro, trabalho de educação para adultos. Então, a minha geração começou muito cedo a fazer ação política no sentido da ação concreta, de ação reparadora”, conta ela.
“Inicialmente, eu escolhi trabalhar em escolas da Baixada Fluminense, mesmo já podendo trabalhar em qualquer cidade, porque os concursos eram estaduais. Eu poderia escolher o município de minha preferência, mas eu fiquei nos bairros mais periféricos da baixada mesmo”, complementa.
Pedagoga, antropóloga e professora, Ana Lucia trabalhou por mais de 30 anos em instituições de ensino. “Eu já tenho muito tempo dentro de escolas. Eu fui diretora, professora e principalmente coordenadora pedagógica em escolas públicas, de comunidade, de sindicato e até escola de classe média aqui em São Paulo, então atravessei vários níveis, várias camadas do ensino”, revela.
Após realizar seu mestrado em Ciência e Antropologia Social em São Paulo, Ana foi convidada pelo saudoso escultor Emanoel Araujo para participar do comitê que fundou oMuseu Afro Brasil, em 2004. “Quando Emanoel fez a exposição Memórias de negros para nunca, jamais esquecer, eu fui chamada por ele para formar a área de educação, por não estar satisfeito com os trabalhos realizados no educativo. Então, eu passei a compor essa equipe, pensando na perspectiva educacional do museu. Eu era antropóloga, mas tinha uma perspectiva de educação, uma experiência de educação muito grande, maior do que a de antropólogo”, conta ela, que ficou na instituição por 16 anos.
Na função de conselheira curatorial, Ana revela que passou o ano de 2004 inteiro montando a proposta do Museu Afro, se tornando posteriormente coordenadora do Núcleo de Educação. Em 2009, ela também passou a integrar o projeto Fábrica de Cultura na Secretaria de Educação. “Depois da experiência incrível na Fábrica de Cultura, eu fiquei integralmente no Museu Afro, mas não mais no Núcleo de Educação, mas sim em uma função de planejamento curatorial ao lado de Emanoel”, diz ela.
“Nesse tempo todo que fiquei no Museu Afro, eu estive sempre junto do Emanoel, articulando, discutindo e fazendo uma coordenação mais geral dos núcleos de pesquisa, educação e a parte de museologia nesse conjunto de núcleos”, completa.
Ana ficou no Museu Afro até o ano de 2020, antes de receber o convite para integrar o antigo projeto Guri. Em 2021, quando ela aceitou o convite, ela foi convidada para participar do Conselho de Administração da OS, no momento de transição para a Sustenidos.
“Inicialmente, eu não tinha a mínima ideia de que eu trabalharia um dia no Theatro Municipal, pois eu, inicialmente, fui convidada pelo presidente do Conselho para pensar na possibilidade de implantar uma gerência. A minha relação inicial com a Sustenidos me impressionou de cara, pela seriedade das pessoas que compunham o Conselho, o número de reuniões, a dedicação, o envolvimento. Era uma coisa que dava prazer de participar”, conta ela
Ana, então, sugeriu fazer um trabalho voluntário durante um mês no Theatro Municipal, para entender como era o processo na instituição e verificar se conseguiria sustentar o trabalho lá dentro. “Eu fiquei lá como voluntária, ajudando, discutindo, entendendo a lógica um pouco, aquilo que dá para entender em 30 dias”, revela.
Após assumir o desafio de ser a gerente do acervo do Municipal, Ana conta que realizou uma reestruturação na área “É importante dizer que é uma gerência de formação, acervo e memória e que fomos nós que colocamos a palavra acervo. Se a gente chamasse apenas gerência de formação e memória, não daria conta de tudo que acontece no departamento”, revela.
“Nós colocamos a palavra acervo no nome para poder reforçar a ideia e a necessidade de um núcleo de acervo que tivesse um tratamento quase museológico, um tratamento sistêmico para o seu acervo, porque nunca existiu no Theatro Municipal”, conta
“Existiam tratamentos por figurinos pontuais e importantes, mas o Municipal nunca teve uma equipe que cuidasse especificamente do acervo, tanto é que a gente chegou lá e não sabiam nem quantas peças tinham, 20 mil, 30 mil, 100 mil, um milhão. Ninguém sabia, nem a fundação sabia na época”, complementa.
Com uma proposta de troca de experiências, conhecimentos e muita música entre artistas convidados, alunos do Musicou e a comunidade local, o Musicou Convida, patrocinado em 2024 pela Nubank, desembarca no Nordeste para uma programação nas cidades de Fortaleza, Recife, Olinda, Quixeramobim, Quixadá e Picuí. Criado pela Sustenidos Organização Social de Cultura, o Musicou é um programa de educação musical que oferece aulas gratuitas para pessoas de todas as idades, em diversas cidades do Brasil.
“O Musicou Convida procura proporcionar vivencia dos alunos e alunas com artistas profissionais de várias vertentes, de contextos acadêmicos e artísticos. E essa experiência gera muitas marcas para as vidas das pessoas, principalmente por pensarmos em uma programação com uma diversidade musical e artística contemplada nessa edição”, conta o coordenador pedagógico do projeto Musicou, Ari Colares.
“Na programação do Nordeste, além de vivenciar essa experiência pedagógica, destacamos o ensaio e pocket show do Zeca Baleiro com o Fausto Nilo, em Quixeramobim no Ceará. Essa apresentação é uma celebração aos 80 anos do Fausto, que também é contada em uma exposição que acontece em sinergia na Casa de Antônio Conselheiro. Já o Bongar, em Olinda, tem uma importância fundamental como um grupo de um quilombo urbano”, completa Colares, reforçando a diversidade artística da programação.
A programação nordestina começa em Recife, no Auditório do núcleo Musicou Dom Helder Câmara. Nos dias 10, 11 e 12 de setembro, o Musicou Convida conta com a participação do duo de afropop Barbarize. Os artistas Yuri Lumin e Bárbara Espíndola darão dois dias de oficina de produção musical e concluem sua participação com uma performance para os convidados, mesclando batidas da bossa nova, funk, trap e rap e cantando a realidade da comunidade do Bode, em Pina, bairro onde moram na capital pernambucana.
Nos dias 24, 25 e 25 de setembro, o núcleo Musicou Olinda realiza atividades artístico-pedagógicas com o Grupo Bongar. Nos dois primeiros dias, eles realizam oficina de toques para Ibeji. No Candomblé, Ibeji é o orixá das crianças, dos gêmeos, da alegria, da prosperidade e da sorte. No terceiro dia, eles realizam uma mostra de processo para os convidados.
Formado por percussionistas e cantores que revezam os instrumentos como a alfaia, ganzá, abê, caixa, congas, ilu e tabicas, o grupo Bongar faz parte da Nação Xambá, localizada em Olinda. Eles realizam um trabalho de resgate e divulgação da cultura e religião da nação Xambá através de sua dança tradicional, o coco, e em seu mais recente trabalho, as giras de Jurema.
No Ceará, as atividades começam nos dias 8, 9 e 10 de outubro. O núcleo Musicou Fortaleza recebe a sanfoneira Lívia Mattos para dois dias de oficinas de criação musical e um dia de aula aberta no Theatro José de Alencar. Natural de Salvador, Lívia Mattos é acordeonista, compositora, socióloga e artista circense.
Depois de muitos anos circulando como instrumentista para artistas como Chico César, Rosa Passos, Badi Assad, Orquestra Sinfônica da Bahia e outros, a sanfoneira lançou o seu primeiro álbum autoral em 2017, intitulado Vinha da Ida.
Voltando para Recife, o núcleo Musicou Eduardo Campos recebe do dia 21 a 23 de outubro a musicista Vitória do Pífe. No período, educadores e alunos participam de oficinas de construção de pífanos e vivência de banda de pífanos com a artista convidada.
Parte da nova geração de pifeiros no agreste de Caruaru, Vitória do Pífe aprendeu a fabricar o instrumento com o mestre João do Pife. Ela está conquistando a cena musical com sua habilidade no instrumento que é símbolo da região e parte integrante da identidade cultural caruaruense do Pife.
Retornando para o Ceará, no dia 28 de outubro, o município de Quixeramobim conta com apresentação de Zeca Baleiro e Fasto Nilo, além de proporcionar, antes, a vivencia/ensaio para alunos do Musicou Quixeramobim e crianças de escola municipal da cidade. Já o pocket show acontece do lado de fora da casa de onde nasceu Antonio Conselheiro e onde Fausto Nilo morou.
Nascido no Maranhão, mas vivendo grande parte de sua vida em São Paulo, Zeca Baleiro é um dos principais nomes da música popular brasileira. Com 16 discos lançados, Baleiro teve suas composições interpretadas por cantoras como Simone, Gal Costa, Elba Ramalho, Luiza Possi, Vange Milliet, entre outros.
Já o compositor, arquiteto e poeta Fausto Nilo é considerado até hoje, ao lado de Paulo César Pinheiro, Ivan Lins, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim, Roberto & Erasmo Carlos, Vinícius de Moraes, Chico Buarque e Noel Rosa, como um dos compositores com maior número de composições, com cerca de 400 sucessos assinados por ele.
Seguindo a programação pelo Ceará, nos dias 4 e 5 de novembro, o núcleo Musicou Quixadá realiza oficina de criação musical com o compositor, arranjador e acordeonista cearense Adelson Viana. No dia 6, Viana realiza uma mostra de processo para alunos do Musicou e comunidade local.
Com nove discos lançados e oriundo de uma família de músicos, Adelson Viana mergulha pelo forró nordestino com seus principais sucessos, entre eles Querer, Xote Da Mariana, Anjo Querubim e Assim É o Nosso Amor.
Para concluir a programação do Musicou Convida na região Nordeste, o estado da Paraíba reúne alunos do Musicou para atividades nos dias 11, 12 e 13 de novembro. Com a presença do maestro Vladmir Silva, a programação conta com teatro a céu aberto no centro do município de Picuí e realiza encontro de canto coletivo, Canções Para Sonhar e Dormir.
No primeiro dia, acontece uma atividade de formação com os educadores e oficinas nos núcleos Musicou Seridó e Musicou Pedra Lavrada. No segundo dia, as oficinas ocorrem nos núcleos do Musicou Nova Palmeira, Picuí e Baraúna. Para concluir a programação, no dia seguinte acontece um ensaio de grupo, seguido de apresentação na Praça Central de Picuí.
Sobre o Musicou Convida
O Projeto Musicou Convida está calcado em uma proposta de residência artística em que artistas consagrados, com carreiras consolidadas em âmbito local, nacional ou internacional, são convidados a desenvolver um projeto artístico e pedagógico voltado aos alunos e alunas do Núcleo Musicou, educadores(as) e comunidade.
Cada projeto é elaborado pela equipe de coordenação regional e gestão da sede do Musicou em conjunto com os(as) educadores(as) dos núcleos. Os(as) artistas são selecionados(as) de acordo com objetivos artísticos e pedagógicos a serem desenvolvidos em cada núcleo.
A escolha dos artistas busca também atender ao critério de diversidade musical e cultural previsto no Projeto Político e Pedagógico do Musicou.
Os projetos podem envolver workshops e master classes a alunos(as) e comunidade, participação em apresentações musicais junto a alunos(as) do Musicou, performance, formação da equipe educacional, entre outras possibilidades.
Os artistas residentes desenvolvem seus projetos em dois ou três encontros, a depender de qual tenha sido o plano elaborado e a frequência para sua aplicação. Desta forma, os projetos poderão ser desenvolvidos em encontros consecutivos ou distribuídos ao longo do semestre e os artistas poderão retornar ao núcleo após um período combinado para um encerramento em conjunto, a partir do que foi desenvolvido em suas diretrizes e orientações anteriores.
Sobre o Musicou
O Musicou é um programa de educação musical que oferece aulas gratuitas para pessoas de todas as idades, em diversas cidades do Brasil. Os núcleos oferecem aulas de iniciação musical, canto coletivo, percussão, violão, viola caipira e sanfona (é preciso consultar os cursos disponíveis em cada região).
Apesar de novo, o Musicou já nasce com sólida experiência em música, educação e desenvolvimento social, pois trata-se de um programa criado pela Sustenidos Organização Social de Cultura, instituição sem fins lucrativos, especialista na implantação e gestão de políticas públicas de cultura.
SERVIÇO
2ª edição do Musicou Convida – programação Nordeste (Programação CEARÁ)
Oficina de criação com Livia Mattos
Livia Mattos apresenta: Aula aberta: Entre foles e picadeiros: processos criativos e construção de trajetória Oficinas: Dispositivos Criativos Sanfonásticos e Criatividade Musical
8 de outubro, 14h30 às 16h30 Aula aberta Público alvo: Comunidade Musicou, público geral interessado (caso a pauta do teatro Morro do Ouro esteja livre, em caso contrário só a comunidade do núcleo mesmo)
9 e 10 de outubro Oficina: Dispositivos criativos sanfonásticos Das 14h30 às 16h Público alvo: Alunas e alunos de sanfona do núcleo Vagas: 15 Faixa etária: Livre
Oficina de Criatividade musical Das 16h15 às 18h15 Público alvo: alunos e professores da instituição Vagas: 25 Faixa etária: 13+ Musicou Fortaleza – Theatro José Alencar Endereço: Rua 24 de maio, 600 – Centro, Fortaleza/CE (Anexo CENA do TJA).
Festival Fausto Nilo – ensaio e pocket show com Zeca Baleiro e Fasto Nilo
28 de outubro, das 14h às 20h
Musicou Quixeramobim –Assentamento Nova Canaa Endereço: SN 63800-000 Quixeramobim
Oficina de criação musical com Adelson Viana 4, 5 e 6 de novembro, das 14h às 17h
Musicou Quixadá – Centro Cultural Rachel de Queiroz Endereço: Rua Jose Jucá, 343, Centro – CEP 63900-085
(Programação PERNAMBUCO)
Oficina e performance do grupo com o duo Barbarize 10, 11 e 12 de setembro, das 14 às 17h. Musicou Recife – Dom Helder Câmara Endereço: Rua Lourenço de Sá, 140 – Ilha Joana Bezerra
Oficina de toques de Ibeji com o Grupo Bongar 24, 25 e 25 de setembro, das 14h às 17h Musicou Olinda – Centro Cultural Grupo Bongar Endereço: Rua Iêda – São Benedito – CEP: 53270-600
Oficina de construção de pífanos e vivencia de banda com Vitória do Pífa
21, 22 e 23 de outubro, das 14h às 17h Musicou Recife – Eduardo Campos Endereço:Av. Aníbal Benévolo, S/N –Linha do Tiro – CEP 52131-000
(Programação PARAÍBA)
Encontro de Canto Coletivo – Canções para cantar e sorrir + teatro a céu aberto com Vladmir Silva
11 de novembro, das 14h às 20h 12 e 13 de novembro, das 17h às 20h Musicou Baraúna Endereço:Rua Getúlio Vargas, s/n, Centro Musicou Nova Palmeira Endereço:Rua Almisa Rosa, 82 – Centro Musicou Pedra Lavrada Endereço: Sec. Assistência Social – Rua Heliomar – R. Cordeiro de Souza, s/n Musicou Picuí Endereço: Parque Ecológico de Picuí
Em setembro, mês em que comemora seus 113 anos, o Theatro Municipal de São Paulo celebra a data com uma programação repleta de eventos marcantes. O destaque vai para Nabucco, de Giuseppe Verdi, com direção de Christiane Jatahy. A diretora cênica chega a São Paulo com remontagem da obra, que foi aclamada em Genebra. A ópera será apresentada nos dias 27, 28, 29/09 e 01, 02, 04, 05/10.
Nabucco segue a difícil situação dos judeus exilados de sua terra natal pelo rei babilônico Nabucodonosor II. Com libreto de Temistocle Solera e baseada em passagens bíblicas do Antigo Testamento, esta ópera é uma complexa trama de amor, política e religião. Os ingressos custam de R$31 a R$200 e o espetáculo tem duração de 160 minutos. O espetáculo é realizado em parceria com o Istituto Italiano di Cultura San Paolo.
Já no dia 25, quarta-feira, às 17h, no Salão Nobre, o público terá a oportunidade de imergir na visão da diretora, Christiane Jatahy, no evento Conversa de Bastidor de Nabucco, que terá mediação de Ruthe Pocebon e a participação de Roberto Minczuk, diretor musical. A participação é gratuita, os ingressos serão liberados por ordem de chegada e sujeitos a lotação máxima, classificação de 12 anos, com duração de 60 minutos.
No primeiro domingo do mês, dia 01, às 11h,a Orquestra Experimental de Repertório, sob regência de Wagner Polistchuk e participação da soprano Caroline de Comi, apresenta Dança e Máscaras, que no repertório terá obras como Romeu e Julieta – Suite de Sergei Prokofiev, Concerto para Soprano Coloratura e Orquestra, Op. 82 de Reinhold Gliére e O Pássaro de Fogo – Suite, de Igor Stravinsky. Realizado na Sala de Espetáculos do Theatro Municipal, os ingressos vão de R$12 a R$33, com classificação livre e duração de 60 minutos.
Na quinta-feira, 05, às 20h, dentro da série Grandes Quartetos, o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo se apresenta com Fernando Tomimura, piano, na Sala do Conservatório, na Praça das Artes. O repertório trará o Quinteto Op. 51, de Anton Arensky, e o Quinteto Op. 57, de Dmitri Shostakovich. Os ingressos custam R$33, classificação livre e duração de 60 minutos.
Orquestra Experimental de Repertório_ Foto Rafael Salvador
Já na sexta-feira, 06, às 20h, a escadaria interna do Theatro Municipal será palcopara Um Furo em Godot – Como Comemorar As Centenárias Cacilda Becker e Maria Callas no Século XXI, uma metaperformance (uma peça dentro de outra), remontagem semiótica do teatro do absurdo do dinamasquês, Samuel Backett. A apresentação tem como protagonistas duas artistas mulheres relevantes e centenárias no cenário artístico mundial, a atriz Cacilda Becker e a cantora lírica Maria Callas.
A produção conta com Morgana Olívia Manfrin, direção, atriz e dramaturga, Max Ruan de Souza Peruzzo, assistente de direção, cenógrafa, Adriana Magalhães, soprano lírica, Daniel Carrera, trombonista. No elenco estão Adriana Magalhães, André Wey-Martz, Daniel Carrera, Morgana Manfrin e Max Peruzzo. Os ingressos são gratuitos, a classificação é de 12 anos e a duração de 70 minutos.
No dia 13 de setembro, sexta-feira, 18h30 no Vão Livre da Praça das Artes, o Samba de Sexta, fica com o núcleo Inimigos do Batente. A abertura fica por conta do DJ Fred Lima, queatua há mais de 20 anos na arte da discotecagem. O núcleo surgiu nas mesas do já desaparecido Bar do Bilú, no Butantã, marcado por uma maneira própria de conduzir a roda de samba, além da informalidade e o improviso. Os ingressos são gratuitos, a classificação livre e duração é de 180 minutos.
Nos dias 14 e 15 de setembro, às 10h30, o Theatro Municipal realiza o fórum Abram Alas: A Batalha por Equidade na Indústria Musical, no Salão Nobre. Evento dedicado a explorar e promover práticas que aumentem a equidade na indústria musical. Reunindo especialistas, artistas e líderes do setor, discutiremos estratégias para enfrentar desigualdades e criar oportunidades, visando um futuro musical mais inclusivo e diversificado. Uma colaboração entre o Theatro Municipal de São Paulo, a Fundação Donne, Mulheres na Música e a jornalista Camila Fresca.
Sábado, dia 14, às 10h30 abertura com Camila Fresca, Gabriella Di Laccio, Elodie Bouny e Andrea Caruso. Mesa 01 (10h45 – 12h) As mulheres e a indústria musical: atualidades. Nesta mesa serão apresentadaspesquisas recentes mapeiam a participação das mulheres na indústria musical. Com Gabriella Di Laccio apresentando os resultados da pesquisa anual com as orquestras e a indústria de filmes realizada pela Fundação Donne; e Angela Johansen tratando da última edição da pesquisa “Por elas que fazem a música” promovida pela UBC (União Brasileira de Compositores).
Concerto 01 (12h – 13h). Mulheres na música: compositoras através dos tempos. ParticipamMarília Vargas (soprano), Liuba Klevtsova (harpa) e Camila Fresca (comentários).
Mesa 02 (14h às 15h), com Gabriella Di Laccio e Elodie Bouny: carreira artística no exterior – com perguntas e respostas.
Mesa 03 (15h15 às 16h30): Palcos para artistas independentes. Em tempos de streaming e álbuns digitais, a performance torna-se o espaço privilegiado para o artista independente garantir a sobrevivência. As instituições enxergam seus espaços como arenas democráticas, que devem abarcar o maior número de artistas possível? Como garantir a diversidade e a igualdade de gênero? Com Priscila Rahal, do Sesc-SP; Anna Patrícia Lopes Araújo, da Santa Marcelina Cultura/Theatro São Pedro-SP; e Ligiana Costa, pesquisadora e artista de projetos independentes.
Concerto 02 (16h30- 17h15): Em definição
Domingo, dia 15. Mesa 04 (10h30 – 11h45). Passado e futuro: os estudos sobre gênero e seu reflexo na vida musical atual. A partir de quando a discussão sobre desigualdade de gênero na música realmente se colocou? E como isso se reflete 1. na geração que está se formando hoje? 2. nas disputas em torno das decisões artísticas? Com Camila Fresca, jornalista e pesquisadora; Juliana Starling, cantora do Coro Lírico e professora da Unesp; e Maíra Ferreira, regente titular do Coral Paulistano.
Mesa 05 (12h – 13h). Possibilidades e desafios: a música e o universo das artes
Com Gabriella Di Laccio conversa com Anna Toledo (https://annatoledo.com.br/). Atriz, cantora, compositora, escritora e roteirista, a artista compartilha suas experiências e dificuldades como autora e compositora no universo do teatro musical. Anna também discutirá a importância de se criar um portfólio diversificado, englobando múltiplas disciplinas artísticas, bem como estratégias para se criar e aproveitar oportunidades na indústria. O encontro visa oferecer alternativas para artistas que buscam expandir suas carreiras de forma inovadora e colaborativa.
Mesa 06 (14h15 às 15h40). Publicar, gravar e sobreviver. Como editar e publicar suas próprias obras? Como sobreviver de direitos autorais em tempos de streaming? Com Elodie Bouny, artista que é sua própria editora; Catarina Domenici, professora, pianista e compositora; Bárbara Leu, representante da gravadora Azul Music; e Cleuza Lopes, representante da Tratore, distribuidora de música independente.
Concerto 03 (16h – 17h). Encerramento: Concerto com Gabriella Di Laccio (soprano), Elodie Bouny (violonista) e Catarina Domenici (pianista)
Entre os dias 15 e 20 de setembro, a Cúpula do Theatro Municipal, recebe Marta Soares e Cia. que apresentam o espetáculo Les Poupées. Concebido, dirigido e interpretado por Marta Soares, o solo de dança “Les Poupées” tem como ponto de partida as fotografias de bonecas realizadas pelo fotógrafo surrealista alemão Hans Bellmer que foi influenciado pelos contos de E.T.A. Hoffman, em especial pelo conto “O Homem de Areia” que deu origem ao ballet Copélia, pelos movimentos dadaísta e surrealista e pelos experimentos psicanalíticos realizados no início do século XX por Charcot e Freud com pacientes histéricas.
O núcleo Marta Soares e Cia. atua na cidade de São Paulo desde 1995 e vem realizando pesquisa de vanguarda em dança. As questões relacionadas ao feminino são abordadas na obra de Marta Soares, a partir da fricção e do embate entre as esferas micro e macro políticas. Les Poupées recebeu o Prêmio APCA 1997, e foi concebido, dirigido e interpretado por Marta Soares, tem como ponto de partida as fotografias de bonecas realizadas pelo fotógrafo surrealista alemão Hans Bellmer que foi influenciado pelos contos de E.T.A. Os ingressos custam R$33, a classificação livre e duração de 40 minutos.
No dia 17, terça-feira, às 13h, acontece no Salão Nobre a Homenagem ao maestro Roberto Casemiro, o primeiro maestro negro do Theatro Municipal de São Paulo, como regente do Coro Paulistano e cantando junto ao coro lírico, como baixo, instituição em que se aposentou. O repertório terá Cântigo de Ogun, tradicional Iorubá, Nkosi Sikelele’iAfrika “Deus abençoe a África”, de Enoch Sontonga, entre outras. Os ingressos são gratuitos, classificação livre e duração de 60 minutos.
Entre os dias 19 e 20 de setembro, a Sala da Exposições da Praça das Artes recebe a performance e vídeo-dança Medo. Compreendendo o medo como este afeto que emerge no limite entre a proteção e a ameaça, entre a mudança e a permanência, entre o presente e o futuro, que coloca o humano a pisar em ovos, o intérprete Odu Ofá se posiciona em tal fronteira com seu corpo desamparado, num ninho radicalmente ameaçado em sua integridade pelo desejo de mover-se em direção ao devir. Como fazer com que pisar em ovos não signifique a paralisia ou excesso de cautela, mas movimento? Um movimento em direção ao que há de mais inexorável na relação do humano com o desejo: estar desamparado e sem garantias. Os ingressos são gratuitos, distribuidos por ordem de chegada, a clasificação etária é de 18 anos.
Por fim, no dia 26, quinta-feira, naSala do Conservatório, às 20h,o Quarteto de Cordas da Cidade convida Beto Villares para uma apresentação de suas composições com arranjo para o Quarteto. Os ingressos custam R$33, classificação livre e duração de 60 minutos.
Cena do espetáculo ‘Bioglomerata’, do coreógrafo Cristian Duarte – Larissa Paz /Divulgação Theatro Municipal de São Paulo
“Bioglomerata”, a nova coreografia de Cristian Duarte, que estreou em agosto no Theatro Municipal de São Paulo, tem vários momentos dramáticos, como os movimentos que executam no palco com grandes bastões de luz — um deles mergulha a vara luminosa no fosso da orquestra, que entra branca e sai vermelha sangue. Em outro, dois bailarinos seguram um dos feixes de luz próximos ao corpo de um colega, iluminando bem de perto seus movimentos, criando assim um recorte dentro da cena maior do balé que acontece no palco.
A peça é uma atualização de outra dança do coreógrafo paulistano, “BioMashup”, encenada há dez anos. Duarte conta que a nova coreografia reflete onde o seu pensamento está agora. Os bastões vem de uma reflexão estética sobre o espaço, e os movimentos dos corpos não trazem referências só da dança contemporânea e do balé clássico, mas também “da rua, da vida, de poesia, do que eu ouço e leio”.
Há 16 bailarinos no palco e muita coisa acontece ao mesmo tempo. A coreografia é como uma pintura viva, tipo um quadro do holandês Hieronymus Bosch, em que cada uma das pessoas executa uma tarefa diferente no mesmo espaço em prol de um todo coeso. Uns dançam sozinhos, outros em dupla, bailarinos são arrastados pelo chão de lá para cá ou carregados por um colega de um ponto a outro.
Os movimentos têm uma tensão constante, o que o coreógrafo disse buscar, tanto nos gestos quanto na trilha sonora, de ares levemente ameaçadores, executada ao vivo. Um músico fica no centro do palco comandando um teremim, instrumento vintage de música eletrônica, dos anos 1920, que funciona sem contato, só com o aproximar e afastar das mãos. No fosso, a Orquestra Sinfônica Municipal acompanha o som de suspense gerado no teremim.
Em outro espetáculo, o Balé da Cidade estreou uma dança inédita do colombiano Luis Garay, “Pensamento Cintilante”. Ele, no entanto, afirma não gostar de chamar o seu trabalho de coreografia, mas sim de estudo ou exercício. “Achei que as coisas que eu observava no ensaio eram muito mais interessantes do que na cena pronta”, diz.
Isto significa, segundo o coreógrafo, momentos de interação, repetição e reflexão, estados que desenvolveu com 13 bailarinos ao longo das últimas quatro semanas e meia, com disciplina de quartel.
No palco, as vozes de robô da trilha sonora dissonante, também executada ao vivo pela Orquestra Sinfônica Municipal, dão um ar apocalíptico de fim de século 20 ao espetáculo.
Dudu Tsuda durante oficina realizada no Musicou Convida em São Paulo
Com uma proposta de troca de experiências, conhecimentos e muita música entre artistas convidados, alunos do projeto Musicou e a comunidade local, o Musicou Convidainiciou sua programação no dia 22 de agosto na cidade de São Paulo e segue até novembro com atividades nos núcleos do Ceará, Pernambuco, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e interior de São Paulo. Criado pela Sustenidos Organização Social de Cultura, o Musicou é um programa de educação musical que oferece aulas gratuitas para pessoas de todas as idades, em diversas cidades do Brasil.
O núcleo que recebeu a primeira atividade do Musicou Convida é o Musicou FUNSAI, localizado no bairro do Ipiranga e que possui como mantenedora a FUNSAI – Fundação Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga, organização sem fins lucrativos que atua em São Paulo desde 1896. Nos dias 22, 23 e 24 de agosto, às 15h, o espaço recebeu a oficina Tecnologia Musical, Semiótica e Gesto do músico e artista multimídia Dudu Tsuda. Ao todo, serão disponibilizadas 20 vagas para alunos e 10 para a comunidade local.
“Essa oficina foi bem especial, pois o Dudu é um grande artista multimídia e performer. Os alunos tiveram a oportunidade de ver essa junção entre som e imagem, colaborando para a ampliação de suas compreensões criativas”, conta o Coordenador Pedagógico Regional do Musicou, Alexandre Soares.
Nessa atividade, Tsuda realizou uma oficina de criação e construção sonora a partir de insinuações, sensações e textos reflexivos. Ele, que também é compositor, performer, produtor musical, professor, diretor artístico do selo de arte sonora e música experimental ALEA, ainda compartilhou a sua experiência em exposições, performances, concertos musicais e trabalhos premiados em diferentes países como França, Japão, Colômbia, Bolívia, Espanha e Alemanha.
Próximas ações no Musicou FUNSAI
O Musicou Convida retorna para o núcleo Musicou FUNSAI para mais duas oficinas. Nos dias 24 e 25 de setembro, como parte das comemorações dos Festejos do Ipiranga, a pianista e compositora Heloisa Fernandes realiza a oficina Criatividade e Invenção Musical com Heloísa Fernandes e apresenta um concerto para os alunos no final da atividade. No mês seguinte, o convidado é o produtor musical Arthur Joly. Ele apresenta a oficina Produção Musical na Prática – Vivência em Produção Musical e Gravação Multipista nos dias 10 e 11 de outubro.
Sobre o Musicou Convida
O Projeto Musicou Convida está calcado em uma proposta de residência artística em que artistas consagrados, com carreiras consolidadas em âmbito local, nacional ou internacional, são convidados a desenvolver um projeto artístico e pedagógico voltado aos alunos e alunas do Núcleo Musicou, educadores(as) e comunidade.
Cada projeto é elaborado pela equipe de coordenação regional e gestão da sede do Musicou em conjunto com os(as) educadores(as) dos núcleos. Os(as) artistas são selecionados(as) de acordo com objetivos artísticos e pedagógicos a serem desenvolvidos em cada núcleo.
A escolha dos artistas busca também atender ao critério de diversidade musical e cultural previsto no Projeto Político e Pedagógico do Musicou.
Os projetos podem envolver workshops e master classes a alunos(as) e comunidade, participação em apresentações musicais junto a alunos(as) do Musicou, performance, formação da equipe educacional, entre outras possibilidades.
Os artistas residentes desenvolvem seus projetos em dois ou três encontros, a depender de qual tenha sido o plano elaborado e a frequência para sua aplicação. Desta forma, os projetos poderão ser desenvolvidos em encontros consecutivos ou distribuídos ao longo do semestre e os artistas poderão retornar ao núcleo após um período combinado para um encerramento em conjunto, a partir do que foi desenvolvido em suas diretrizes e orientações anteriores.
Sobre o Musicou
O Musicou é um programa de educação musical que oferece aulas gratuitas para pessoas de todas as idades, em diversas cidades do Brasil. Os núcleos oferecem aulas de iniciação musical, canto coletivo, percussão, violão, viola caipira e sanfona (é preciso consultar os cursos disponíveis em cada região).
Apesar de novo, o Musicou já nasce com sólida experiência em música, educação e desenvolvimento social, pois trata-se de um programa criado pela Sustenidos Organização Social de Cultura, instituição sem fins lucrativos, especialista na implantação e gestão de políticas públicas de cultura.
Alunos do Musicou FUNSAI, Cai0f e Aquarius durante a entrevista
No dia 19 de agosto, a Rede Brasil de Televisão veiculou reportagem sobre o programa Musicou Orienta, gravado no núcleo Musicou FUNSAI. A matéria foi exibida no programa Brasil News, principal jornal da emissora que é transmitida para todo o Brasil pelo canal 12.
A reportagem contou a história dos primeiros alunos contemplados pelo programa Musicou Orienta, Victor Aquarius e Cai0f. Eles receberam mentoria artística do professor Wagnerdos Santos e lançaram a música autoral Coelho, disponível em todas as plataformas de áudio. Ouça a música AQUI.
Na matéria, a diretora executiva da Sustenidos, Alessandra Costa, falou um pouco sobre o projeto Musicou, que tem unidades espalhadas em sete estados do Brasil. Já o Alexandre Xavier, coordenador do Liceu de Artes Musicais Furio Franceschini, comentou sobre o espaço localizado no bairro do Ipiranga em São Paulo. Confira a reportagem completa da Rede Brasil AQUI.
Aquarius, primeiro aluno do projeto Musicou a lançar seu trabalho autoral pelo programa Musicou Orienta
O Musicou, programa de educação musical presente em quatro regiões do Brasil, que oferece aulas de música gratuitas para crianças a partir de seis anos, adolescentes, jovens, adultos e pessoas idosas, inaugura em São Paulo uma metodologia completa e acessível para acolher, preparar e lançar novos artistas para o mercado. Núcleo escolhido para estrear o programa e que prioriza a população em situação de vulnerabilidade, o Musicou FUNSAI, aberto em março deste ano no bairro do Ipiranga, disponibiliza espaço para a comunidade ensaiar em seu Espaço Musicou, oferece toda a tecnologia de um laboratório de gravação pelo Musicou Lab e proporciona mentoria para o impulsionamento de novos artistas no Musicou Orienta.
De acordo com o Coordenador Pedagógico Regional, Alexandre Soares, o projeto expande sua proposta de ser um programa de educação musical e desenvolvimento social e passa a oferecer também toda a estrutura para preparar artistas profissionais. A iniciativa será implantada também em outros núcleos do país.
“O Musicou, que já oferta aulas de música gratuitas, de instrumentos e voz, também se tornou um espaço e um ponto de encontro de fazer artístico e de acolhimento autoral. Não existe nenhum outro lugar no Brasil que ensina música, oferece espaço para ensaio, dá orientação artística e grava seu projeto de graça”, conta Soares.
Indicado principalmente para a população em vulnerabilidade econômica, com a função de acolher estudantes, músicos e artistas e grupos locais para estudos e ensaios autônomos, o Espaço Musicou tem uma sala que disponibiliza todos os equipamentos do núcleo, com diversos instrumentos musicais como violões, guitarra, contrabaixo, teclado, bateria e instrumentos de percussão. O agendamento deve ser feito diretamente com a coordenação do núcleo de acordo com os horários disponibilizados.
O Musicou Orienta foi criado com o intuito de apoiar jovens músicos, ou bandas locais, em sua trajetória como artistas autônomos. O programa oferece mentoria com orientação sobre a prática musical e desenvolvimento de repertório, gestão de carreira, produção musical e fonográfica, colaborando, assim, para o impulsionamento de novos artistas.
Assim como o Espaço Musicou, os grupos ou músicos interessados deverão fazer agendamento diretamente com a coordenação do núcleo, de acordo com os horários disponibilizados. Idade mínima, 14 anos.
“O programa tem foco na mentoria e desenvolvimento artístico de jovens, grupos e artistas, para que eles busquem na autonomia o seu caminho profissional. Então é um trabalho com foco no acolhimento autoral, desenvolvimento de repertório e o trabalho com a performance artística, não é aula de música, é mais um trabalho de aperfeiçoamento artístico mesmo”, conta Alexandre Soares.
“Além da execução musical e da performance, a gente trata também com os participantes do Orienta assuntos relacionados a registro de obra e fonograma, distribuição, lançamento, etc”, complementa ele.
Já o Musicou LAB tem potencial para se tornar um ponto de encontro, um “hub” criativo, onde diferentes agentes musicais locais possam experimentar e produzir coletivamente e ter vivências com referências nacionais do tema. O programa conta com equipamentos para compor um laboratório/estúdio musical voltado a oficinas relacionadas a música e tecnologia, produção e pós-produção de áudio, gravação e manipulação de material sonoro em núcleos do Musicou.
O programa proporciona ainda condições técnicas para transmissões ao vivo, via streaming, oferecer condições para vivências com produtores e artistas convidados e, especialmente, viabilizar propostas pedagógicas que envolvam música e tecnologia, criação, estudo e exploração timbrística, criando oportunidades de aprendizado por meio do uso de tecnologias.
Case de sucesso Entre os projetos artísticos que passaram pelos três programas do Musicou FUNSAI está o Coelho, projeto do poeta Aquarius, instrumentista e cantor de vagão nos metrôs de São Paulo, em parceria com o aluno de canto do Musicou, Cai0f, que é um multi-instrumentista, arranjador e produtor. O projeto foi desenvolvido sob mentoria e orientação do baterista e produtor musical XIRU, sob coordenação de Alexandre Soares.
“Nesse primeiro projeto em processo de finalização pelo Musicou Orienta no FUNSAI, rolou a interação entre os artistas Aquarius e Cai0f, no desenvolvimento de repertório, assuntos relacionados a performance, cadastro de obra e fonograma, e principalmente, a produção da obra inédita intitulada Coelho”, conta Alexandre Soares.
Antes da parceria entre os dois músicos, o projeto Musicou Orienta trabalhou com o Cai0f assuntos relacionados a performance, revisão de arranjo, desenvolvimento de espetáculo. “A gente revirou alguns arranjos de músicas dele, para que ele possa se apresentar, montar uma banda e tocar ao vivo”, conta Alexandre.
Já o Aquarius, nome artístico do Victor, começou a frequentar o segundo horário do Musical Orienta para entender um pouco mais sobre o mercado da música, registro de obra e fonograma. Ele tinha o objetivo de gravar uma música demo, usando os equipamentos do Musical Lab.
Arte do single Coelho, projeto dos alunos Aquarius e Cai0f
Foi então que o Wagner dos Santos, educador do Musicou FUNSAI e mentor do Aquarius e do Cai0f, colocou os projetos de ambos na mesa, que decidiram que seria possível fazer um trabalho de produção e lançamento da obra do Aquarius. Nesse movimento, o Aquarius e o Cai0f se conheceram e o santo bateu. Eles começaram a trabalhar juntos no lançamento da música Coelho.
“Como o Cai0f também é produtor e toca de tudo, o Aquarius meio que absorveu o Caio no projeto dele. Então, a obra conta com a composição e letra de Aquarius e o arranjo musical de Caio”, conta Alexandre Soares.
Com data de lançamento nas principais plataformas de áudio no dia 29 de junho, com mentoria do Musicou Orienta, o projeto Coelho mostra o relato do poeta Aquarius e os desafios de ser um artista que ficou sem ter onde morar e dormir.
“A minha música conta um pouquinho de uma parte da minha vida em que eu fiquei sem moradia e fui ajudado por alguns amigos, deixando eu ficar na casa deles. Em alguns dias, eu fiquei na rua, outros eu dormi em praça, então esse som fala muito dessa parada de eu ter ficado sem moradia”, conta o compositor e artista de rua de 30 anos,
Compositor, cantor e poeta, Aquarius apresenta seu trabalho nas ruas e nos vagões do metrô há quatro anos, quando começou a participar das Batalhas de Rap. Antes disso, estudou múltiplas linguagens, artes cênicas, no SESI-SP em 2017-2018, atuando em duas peças teatrais como ator criador.
Sobre o Musicou
O Musicou é um programa de educação musical que oferece aulas gratuitas para pessoas de todas as idades, em diversas cidades do Brasil. Os núcleos oferecem aulas de iniciação musical, canto coletivo, percussão, violão, viola caipira e sanfona (é preciso consultar os cursos disponíveis em cada região).
Apesar de novo, o Musicou já nasce com sólida experiência em música, educação e desenvolvimento social, pois trata-se de um programa criado pela Sustenidos Organização Social de Cultura, instituição sem fins lucrativos, especialista na implantação e gestão de políticas públicas de cultura.
SERVIÇO
Musicou FUNSAI Local: Núcleo Musicou FUNSAI – Auditório do LAMFF – Avenida Nazaré, 366 – Ipiranga – São Paulo/SP
Crédito: Kázmer Richard Sasso. Coreografia Lenda do Amor Impossível
Em agosto, o Theatro Municipal de São Paulo realizará uma série de ações para celebrar os 70 anos da estreia pública do Ballet IV Centenário, companhia de dança criada em 1954 para as comemorações dos quatrocentos anos da cidade de São Paulo, que finalizou as suas atividades em 1955.
Entre os dias 9 a 18 de agosto, o palco do Theatro Municipal recebe a segunda Temporada do Balé da Cidade, com a obra Biogromerata, do coreógrafo Cristian Duarte e concepção musical para teremim de Tom Monteiro, e a nova criação de Luis Garay com composição musical de Luciano Azzigotti, ambas com participação da Orquestra Sinfônica Municipal, sob regência de Alessandro Sangiorgi. Os ingressos custam de Ingressos de R$12 a R$87 (inteira), e a apresentação tem duração aproximada de 150 minutos (com intervalo).
Entre os dias 9 e 17 de agosto, às 17h, será realizada, na escadaria externa do Theatro, a performance Fantasias Brasileiras,uma série inédita que se apresenta para a rua e que parte do histórico Ballet IV Centenário que foi dirigido por Aurélio Milloss, importante bailarino e coreógrafo hungraro. Millos permaneceu na cidade até 1955. O evento será apresentado pelo núcleo de dança Pérfida Iguana, polo de produção de dança dirigido pelos artistas Carolina Callegaro e Renan Marcondes e produzido por Tetembua Dandara. A proposta levará à rua quatro releituras de danças do histórico Ballet IV Centenário que tematizaram o Brasil, reorganizando suas imagens e gestos através do corpo para criar pinturas vivas que refletem tanto a beleza das danças da companhia quanto a violência de seu desmanche.
Nos dias 28 e 29, acontece no Salão Nobre, o Ciclo de Encontros:Memórias, histórias e contextos: Ballet IV Centenário 70 anos, uma série de encontros com estudiosas e estudiosos de distintas áreas do conhecimento.
O ciclo de encontros começa no dia 28, às 15h, com a mesa Intersecção entre memórias, gestos, danças e palavras, que propõe uma conversa com artistas que integraram o Ballet, a conversa será mediada por Helena Katz (professora-doutora da PUC-SP). No período da tarde, às 17h a segunda mesa do dia abordará o tema Ballet IV Centenário: histórias e contextos, com participação de Acácio Ribeiro Vallim Junior (professor e crítico de Dança), Karita Garcia Soares (doutora em Arte e Cultura Visual pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e com mediação de Fernanda Bueno (coordenadora artística do Balé da Cidade).
Já no dia 29, às 15h, a mesa abordará o tema Resistências artísticas nos anos 1950, com participação confirmada de Rosane Borges (jornalista, escritora e doutora em Ciências da Comunicação pela USP), Amailton Azevedo (professor e pesquisador da PUC-SP) e mediação de Felipe Campos (coordenador do Núcleo de Articulação e Extensão do Theatro Municipal). E o último encontro do ciclo será às 17h, com o tema Conversa sobre acervo do Ballet do IV Centenário, e participação da equipe do Acervo do Theatro Municipal.
Na ocasião, o Núcleo de Acervo e Pesquisa lançará uma publicação da série Índice de fontes, com o título Ballet IV Centenário,que após ações de mapeamento, identificação e pesquisa, produziu um amplo levantamento de documentos do Ballet IV Centenário no acervo do Complexo Theatro Municipal de São Paulo, reunindo cerca de 394 itens, entre trajes de cena, programas de espetáculos, fotografias e outros tipos documentais.
Como parte das celebrações, na semana de 26 a 30 de agosto será exibida a Mostra de Figurinos do Balé do IV Centenário que pertence ao Acervo do Theatro Municipal de São Paulo. Nela estarão reunidos figurinos de diferentes coreografias do Balé, além de outros documentos.
Programação efervescente
Crédito: Rafael Salvador/Divulgação
No dia 04 de agosto, domingo, às 11h, a Orquestra Experimental de Repertório apresenta o concerto Revoluções Harmônicas, sob regência do maestro Leonardo Labrada. No repertório, a obra La mer, de Claude Debussy, e Sinfonia n° 7 em Ré menor, Op. 70, de Antonín Dvořák. Realizado na Sala de Espetáculos do Theatro Municipal, os ingressos vão de R$12 a R$33 (inteira), com classificação livre para todos os públicos e duração de 60 minutos.
No mesmo dia, 04 de agosto, domingo, às 17h, a Sala de Espetáculos do Theatro Municipal recebe o concerto Réquiem de Mozart, com participação do Coro Lírico Municipal e da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, sob regência domaestro Carlos Prazeres. Considerada uma das obras mais famosas do repertório de Wolfgang Amadeus Mozart, o Réquiem K. 626 foi uma encomenda feita pelo Conde Franz von Walsegg, que desejava uma missa de réquiem para o memorial de sua falecida esposa. Entretanto, a obra nunca foi finalizada por Mozart, que faleceu em 1791.A classificação é livre, a duração aproximada é de 50 minutos e os ingressos variam de R$12 a R$43.
No dia 08, quinta-feira, às 20h, o Quarteto de Cordas da Cidade apresentará a série Grandes Quintetos na Sala do Conservatório, na Praça das Artes. O repertório apresenta obras de Claude Debussy, Quarteto em Sol menor, e César Franck Quinteto em Fá menor. A apresentação terá Betina Stegmann e Nelson Rios nos violinos, Marcelo Jaffé na viola, Rafael Cesario no violoncelo, com participação do pianista Ronaldo Rolim. A classificação é livre, os ingressos custam R$33 e a duração aproximada de 60 minutos.
No dia 09/08, sexta-feira, às 18h30, o Vão da Praça das Artes recebe o Samba de Sexta, com o grupo AsSambixas. A abertura fica por conta do DJ Fred Lima, queatua há mais de 20 anos na arte da discotecagem. O grupo traz a força, os corpos e as vozes LGBTQIAPN+ para clamar também esse espaço e mostrar o samba-resistência LGBT+, com seu vasto repertório que passa por várias vertentes clássicas do samba, do samba dolente ao pagode 90. Os ingressos são gratuitos, a classificação livre e duração é de 180 minutos.
Nos dias 10, 11, 16 e 17 de agosto, o Theatro Municipal recebe o evento São Paulo Contemporary Composers Festival, um encontro internacional que proporciona experiências únicas nas vidas de compositores, maestros e instrumentistas especializados nas práticas da música contemporânea. O projeto tem como missão oferecer oportunidades de performance internacionais para artistas emergentes no século XXI. Acesse o site e saiba mais.
Já no dia 20, terça-feira, às 20h, o Coral Paulistano, sob as regências de Maíra Ferreira e Isabela Siscari, apresenta o concerto Renascença Italiana, no Salão Nobre do Theatro Municipal. O programa traz obras de Giovanni Pierluigi da Palestrina, Carlo Gesualdo, Claudio Monteverdi, Maddalena Casulana, entre outros. Os ingressos custam R$33, a classificação livre e duração é de 40 minutos.
Na quinta-feira, dia 22, às 20h, o Quarteto de Cordas da Cidade toca Mehmari com participação deKeila de Moraes, mezzo-soprano, na Sala do Conservatório da Praça das Artes. No repertório o grupo apresenta a composição inédita “O sonho e a vida são dois galhos gêmeos sobre textos de Gonçalves Dias e Oswald de Andrade”. Os ingressos custam R$33, classificação é livre e duração é de aproximadamente 50 minutos.
Na sexta-feira, 23, às 20h, na Sala do Conservatório, na Praça das Artes acontece a apresentação da Camerata da Orquestra Experimental de Repertório, sob regência de Leonardo Labrada. No repertório será apresentado obras de Paul Dukas, Antonín Dvořák, Richard Strauss e Giovanni Gabrieli. Os ingressos são gratuitos, a classificação é livre e a duração total de aproximadamente 60 minutos, sem intervalo.
Finalizando o roteiro de agosto, a Orquestra Sinfônica Municipal apresenta Rapsódia Para Novos Tempos, sob regência indiano Ankush Kumar Bahl. O programa traz obras de Michelle Agnes Magalhães, Ajítẹnà Marco Scarassatti, Johannes Brahms, entre outros. A apresentação acontece na Sala de Espetáculos no dia 30, sexta-feira, às 20h, e no sábado, 31, às 17h. Os ingressos variam de R$12 a R$66, com classificação livre para todos os públicos e duração de 115 minutos.
Seguindo com o objetivo de destacar os colaboradores da Sustenidos, trazendo entrevistas individuais sobre como é trabalhar em uma OS, a partir de diferentes perspectivas, a editoria Sou Sustenidos chega a sua segunda edição. A coluna conversou, no mês passado, com o gerente artístico musical do Conservatório de Tatuí, Renato Bandel.
Enviado em primeira mão aos assinantes da newsletter Sustenidos Conecta, o post é mensal e, dessa vez, conta a história da gerente do projeto Musicou, Fernanda Solon.
Fernanda Solon – Foto Divulgação
Nascida em São Paulo, mas morando boa parte de sua vida em Minas Gerais e no Mato Grosso, Fernanda Solon Barbosa, ou simplesmente Fer Solon, acaba de completar três anos como colaboradora da Sustenidos. Ela, que entrou na organização social para o cargo de Analista de Planejamento, se tornou a gerente do principal programa da Sustenidos, o projeto Musicou.
Formada em Rádio e TV pela Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT, com foco inicial pela área do audiovisual, Fer iniciou seu trabalho com cultura no Sesc Mato Grosso, onde trabalhou como produtora cultural durante cinco anos.
“Eu entrei no Sesc como analista de programas sociais do audiovisual, depois eu fui para alguns cargos de gestão, me tornando depois assessora de cultura. Então, eu cuidava de todo o programa cultura do SESC em Mato Grosso”, conta ela.
Fernanda Solon como produtora do Sesc Mato Grosso. Foto Divulgação
A vontade de voltar para São Paulo e o desejo de conseguir trabalhar “apenas” de segunda a sexta-feira, algo inimaginável para uma produtora cultural, fez com que ela concluísse seu ciclo no Sesc no começo de 2020. Ela se programou para tirar um período sabático, para descansar e viajar, antes de buscar oportunidade na sua cidade de origem. O que ela não imaginava é que a pandemia da COVID19 faria com mudasse o rumo das coisas.
“Todos os planos foram abortados, passagem aérea comprada foi perdida e acabei ficando o ano de 2020 pandêmico em casa. Como minha mãe e meus irmãos moram em Cuiabá, eu fiquei em casa com eles”, conta ela.
Novos dons Já que não tinha perspectiva de retomar à normalidade de rotina, por conta da pandemia, Fer aproveitou esse período para começar a fazer ilustrações e a pintar. E o hobby para lidar com a quarentena acabaria se tornando um trabalho.
Fernanda Solon mostrando seu talento como ilustradora. Foto: Acervo pessoal
“Eu montei uma linha de papelaria ilustrada e aí foi uma “saidinha” desse mundo um pouco mais metódico, porque eu sempre fui produtora, então a parte de ser produtora é sempre muito metódico. Posso dizer que foi um momento que eu consegui respirar um pouco mais, em um trabalho mais criativo, e ver outras coisas pra além desse mundo tão corporativo”, conta ela mostrando várias de suas ilustrações, de aquarela e nanquim, coladas na parede de sua casa.
Quando chegou em São Paulo, em janeiro de 2021, Fer abriu a sua papelaria e conseguiu trabalhar na cidade, mesmo em um dos momentos mais difíceis do período da pandemia. “Foi muito doido, porque eu vim com o intuito de viver da minha arte lá na Avenida Paulista, pois eu gostava de fazer retrato e figuras humanas. Tinha uma parte dos meus desenhos um pouco mais surrealistas, mas eu gostava de fazer figuras humanas”, conta com bom humor.
“Eu acabei montando a minha papelaria aqui, consegui alguns fornecedores e realizar trabalhos bem legais em São Paulo. Durante um bom tempo, eu trabalhei com isso”, completa.
Registros de oficinas realizadas no Sesc Mato Grosso. Foto: Divulgação
Mesmo conseguindo unir o trabalho da ilustração com sua vontade de morar em São Paulo, tendo os finais de semana livre, como era de seu desejo, ela percebeu que o seu objetivo era mesmo retornar ao mundo corporativo. “Por mais que fosse legal e eu gostasse ser autônoma, eu sempre quis voltar para o trabalho formal. Eu acho que daria uma enlouquecida se ficasse só me gerindo aqui como artista, por isso pensei em procurar um outro trabalho para complementar”, revela ela.
Na Sustenidos Em julho de 2021, Fer começa a sua história dentro da Sustenidos. Seu primeiro trabalho, como Analista de Planejamento, a tornou responsável pelos contratos de gestão da Organização Social de Cultura.
“Nessa fase, a gente ainda tinha o projeto Guri; o Conservatório de Tatuí tinha acabado de entrar na Sustenidos. Então, a ideia do meu cargo era fazer um meio de campo entre a Sustenidos e a Secretaria de Cultura, com a prestação de contas, prestação de dados, informação e relatório. Ou seja, era um trabalho bem metódico nessa parte de levantar essas informações e organizar”, revela ela.
Em um momento de mudanças dentro da empresa, que poucos meses depois “perderia” um de seus principais projetos, o Guri, ela recebeu o desafio de atuar no promissor projeto Musicou. “O projeto Guri deixou de integrar a OS, obrigando a Sustenidos a se reestruturar nesse processo. Em meio a essa fase turbulenta, nós tínhamos que redesenhar todo o planejamento, sendo colocado em prática o projeto Musicou”, conta.
Fernanda Solon participando de reunião com a equipe Musicou. Foto Divulgação
Ela revela que o primeiro desafio de sua nova função era mostrar que o Musicou não seria o tapa-buraco do Guri, até porque o formato e a proposta eram totalmente diferentes. Criado pela Sustenidos, o Musicou nasceu como um programa de educação musical para crianças e adolescentes. Atualmente, o projeto está presente em quatro regiões do Brasil, oferecendo aulas de música gratuitas para crianças a partir de seis anos, adolescentes, jovens, adultos e pessoas idosas. Em 2024, o projeto inaugurou uma metodologia completa e acessível para acolher, preparar e lançar novos artistas para o mercado.
Outra diferença com o Guri, que tinha a sua atuação apenas no estado de São Paulo, o Musicou está atualmente em 21 núcleos espalhados nos estados do Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná e Pernambuco, sendo apenas três deles no estado de São Paulo.
“A gente sempre fala muito disso, do Musicou não chegar com esse olhar colonizador nos territórios. Tipo, não chegar com essa ideia de que viemos de São Paulo com um projeto revolucionário para eles”, conta ela.
Fernanda diz que, além de oferecer aulas de música de graça, o principal objetivo do Musicou é oferecer uma proposta que dialogue com o local e como ela fará sentido para a comunidade. “O Musicou vem com uma abertura de olhar e de ouvir muito o que é pedido. Tanto é que se você passar pelos nossos núcleos, você vai perceber que cada um deles tem um falar diferente. E não é só pelo sotaque, que é diferente, é pela acolhida desse território, das pessoas que compõem esse lugar”, explica ela.
Sobre o crescimento do Musicou Com a ajuda de patrocinadores, o Musicou tem a possibilidade de chegar não apenas nas capitais como também em municípios distantes dos grandes centros. Além de Recife, Olinda, Fortaleza e São Paulo, o projeto está presente nas comunidades paraibanas de São Vicente do Seridó, Baraúna, Pedra Lavrada, Nova Palmeira e Picuí, nos municípios cearenses de Quixeramobim e Quixadá, nos municípios paulistas de Paulínia e Euclides da Cunha Paulista, além das cidades paranaenses de Santa Mariana, Andirá e Porecatu.
Fernanda Solon participando de evento em um núcleo Musicou. Foto Divulgação
“O Musicou é um projeto majoritariamente via lei de incentivo. Eu digo majoritariamente porque hoje a gente tem unidade que é de verba direta, de captação de verba direta que não passa pela lei Rouanet, mas majoritariamente ele é um projeto que se começa inclusive via captação da lei Rouanet. Isso significa que a gente pode ter empresas patrocinadoras de qualquer lugar do Brasil que queiram patrocinar o Musicou, que queiram levar o Musicou para as suas localidades”, explica ela.
Usando como exemplo a CTG Brasil, uma das empresas patrocinadoras do projeto, a companhia está fazendo um processo de instalação de energia eólica no estado da Paraíba e de energia solar no município mineiro de Arinos, locais onde o Musicou está presente.
“A Sustenidos vem com o trabalho de responsabilidade social dessas empresas que estão ali começando seus empreendimentos. Já as empresas patrocinadoras, como a Nubank, que permitiu que escolhêssemos os locais, nos permitiu que ampliássemos o nosso trabalho no Ceará e também em levar o projeto para o estado de Pernambuco”, revela ela.
Fernanda reforça que, quando se faz um desenho geográfico do Musicou, influenciada pelo perfil das empresas patrocinadoras, é possível pensar em como o projeto pode atuar melhor na região escolhida e acolher os profissionais que farão parte da manutenção do núcleo. “Eu fico muito feliz por conseguir dialogar ali com os meus pares sobre a importância do fazer coletivo, do olhar, de que as pessoas são as partes mais importantes de qualquer processo. Não adianta a gente estar aqui muito redondinho nos processos, nos fluxos e nos processos administrativos, se a gente não valorizar as pessoas primeiro”, conta Fer.
Fernanda Solon conversando com alunos do projeto Musicou. Foto Divulgação
“Então, o cuidado que você tem com essa pessoa, a forma que você acolhe, a forma de entender as diferenças, de entender que os processos que acontecem em São Paulo são diferentes dos processos que acontecem na Paraíba, que acontecem no Paraná. Respeitar essas diferenças e, ao mesmo tempo, trazer para o fazer coletivo, para trazer para o espaço de acolhimento, de escuta, de não vir com um processo tão verticalizado, mas sim processo mais horizontal, de abertura para a conversa, de abertura para entender o que faz sentido para o outro, que talvez não faça tanto sentido para a gente, mas num contexto seja melhor aplicado”, conclui.
Momento profissional
Aos 32 anos, Fernanda faz uma reflexão sobre o seu momento profissional, acreditando que encontrou a felicidade no trabalho cultural, social e coletivo. “Isso é muito curioso, porque eu comecei a fazer faculdade de comunicação pensando em uma coisa, em um formato, então me descubro trabalhando dentro do SESC com trabalho social. Daí eu saio desse trabalho e volto a atuar com trabalho social dentro da Sustenidos”, diz com bom humor.
Fernanda Solon em inauguração de um novo núcleo Musicou. Foto Divulgação
Com o seu objetivo de trabalhar em São Paulo concretizado, Fer acredita que o trabalho pelo coletivo das pessoas é o que realmente faz sentido profissionalmente. “Eu concluí recentemente uma pós-graduação em ESG, justamente para conseguir trazer uma parte desse coletivo, que faz muito sentido para o mercado de hoje. Na minha trajetória, o trabalho pelo outro sempre foi o que fez mais sentido. O entender as necessidades das pessoas, entender como eu posso contribuir enquanto ser humano para um mundo que faça mais sentido, sabe?”, reforça ela.
“Mesmo todos os perrengues que a gente vive no dia a dia, eu me identifico por ser um trabalho acolhedor e com propósito. Seja na Sustenidos, seja em qualquer outro lugar, eu me vejo por esse trabalho pelo outro”, explica ela.
“Hoje, o Musicou me permite isso, de estar em outros lugares. Eu sempre trabalhei viajando, mesmo na época do Sesc. Ouvir outros sotaques, ouvir outras formas de viver, te traz um olhar que é muito único, sabe? É uma coisa que é você sair da sua bolha e da sua verdade absoluta, de entender que existem outros formatos de fazer cultura, de fazer trabalho, de estar no coletivo, de estar na vida das pessoas”, complementa ela.
Perguntada se consegue trabalhar de segunda a sexta atualmente, como desejava há quatro anos, ela respondeu que “mais ou menos”, mas que consegue manter a qualidade da vida pessoal e profissional.
“Com o passar do tempo eu consegui me organizar muito mais mentalmente, porque capricorniana, workaholic, né? Odeio termos em inglês, mas sempre trabalhei muito, então foi um tempo ali para conseguir tirar o pé do acelerador e entender que eu também preciso respeitar o meu tempo”, conta ela.
“Mas eu consigo mais ou menos trabalhar de segunda a sexta, porque a gente tem núcleos que funcionam aos sábados, então a gente acaba trabalhando com essas unidades. Algumas delas começam às sete horas da manhã, outras que vão até nove horas da noite. Então, você está ali no espectro de atendimento”, explica Fer.
“Só que hoje a gente também tem uma equipe muito mais consolidada do Musicou. As coordenações de núcleos, educadores e educadoras, eles estão muito mais apropriados do projeto. Então, a gente consegue dar uns respiros ali e não estar o tempo todo também dentro do projeto. A gente consegue deixar eles caminharem um pouco também”, conclui.