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Em sua terceira edição Concurso Joaquina Lapinha, celebra e amplia a presença de solistas pretos, pardos e indígenas na música erudita

Crédito: Paulo Rogério Ribeiro/Arquivo Conservatório de Tatuí

Dedicado a solistas pretos, pardos e indígenas, no dia 15, domingo, às 11h, acontece na Sala de Espetáculos um concerto com os vencedores do 3º Concurso Joaquina Lapinha. Com a Orquestra Experimental de Repertório, sob regência de Wagner Polistchuk, os  solistas que se apresentam neste espetáculo são Nathielle Rodrigues, soprano, que recebeu o Prêmio Maria d’Apparecida, e Samuel Martins, que recebeu o Prêmio João dos Reis, vencedores da última edição do Concurso de Canto Lírico Joaquina Lapinha, realizado pela Sustenidos, organização social de Cultura.

Além de Maria Angélica do Nascimento Rocha, soprano, que ficou em segundo lugar, com o Prêmio Zaira de Oliveira, e Samuel Wallace Barbosa, tenor, que ficou com a segunda colocação, e recebeu o Prêmio Estevão Maya-Maya, e Clóvis Português, tenor, que venceu o Prêmio Joaquim Paulo do Espírito Santo para jovens solistas, e Oséas Duarte, tenor, que recebeu menção honrosa.

O repertório terá abertura da ópera As Bodas de Fígaro, de Wolfgang Amadeus Mozart, Vainement, ma bien-aimée, da ópera Le roi d’Ys, de Édouard Lalo, Ah! lève-toi, soleil!, da ópera Romeu e Julieta, de Charles Gounod, entre outras. Os ingressos são gratuitos, classificação livre e duração de 60 minutos, sem intervalo.

O nome do concurso homenageia a primeira atriz e cantora lírica brasileira e negra a ganhar destaque internacional, Joaquina Maria da Conceição Lapa – a Joaquina Lapinha – considerada uma referência feminina na cena lírica e uma das primeiras mulheres a receber autorização para participar de espetáculos públicos em Portugal. Os nomes dos prêmios concedidos aos vencedores do concurso reafirmam o brilho e a persistência de alguns dos artistas que ultrapassaram barreiras de preconceito e elitismo da formação.

Pioneirismo negro na música clássica brasileira
Reconhecida no cenário artístico luso-brasileiro como cantora, em meados do século XIX, Joaquina Lapinha iniciou a carreira no Rio de Janeiro. Natural de Minas Gerais, a artista se apresentou em várias cidades portuguesas no período de 1791 a 1805 e, apesar da carreira internacional, alguns autores apontam que, por ter a pele negra, a atriz precisou recorrer a cosméticos para clarear a pele nas apresentações na Europa.

A cantora foi tema do livro ‘Negras líricas: duas intérpretes brasileiras na música de concerto’ (Sete lagoas, 2008), do pesquisador e músico Sérgio Bittencourt-Sampaio, e foi citada em ‘O Rio de Janeiro no tempo dos vice-reis’ (1956), do cronista Luís Edmundo, como aquela que ficava “pisando como ninguém em tablas (palco)”, além de ser enredo da escola de samba Inocentes de Belford Roxo, no Carnaval de 2014.

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