O termo Consciência Negra nasce da histórica luta dos movimentos negros pela equidade racial, e justiça social e da reflexão cultural e resgate ancestral de negros e negras. Para dar luz e fomentar a reflexão sobre seu significado, a Sustenidos está realizando uma campanha com depoimentos de artistas, poetas, colaboradores e colaboradoras durante o mês de novembro. Para acompanhar as postagens e definições para Consciência Negra, basta acessar o perfil da Sustenidos no Facebook e Instagram.
Segundo a analista de planejamento sênior da Sustenidos, Fernanda Solon, para entender a questão é necessário ter conhecimento das raízes do que vivenciamos hoje. “É o processo de tomada de consciência histórica de como o racismo permeia a estruturação da sociedade, e a importância de estar presente na luta pela equidade racial, estar atento a questões relacionadas ao acesso de negros à educação, cultura, economia e mercado de trabalho. É resistência!”, afirma Fernanda.
Para Wellington Sabino, poeta, ator, slammer, diretor, autor do livro ‘Do tronco ao enquadro’, produtor e apresentador do podcast ‘Do fundo da boca, 20 de novembro é mais que um feriado. “Vão dizer que 20 de novembro é só mais um feriado, vão dizer que o negro exagera, se vitimiza e se faz de coitado. Acabou essa história de racismo passar de geração em geração, em nome dos antepassados, em nome de todas as descendências que virão, muita coisa pode passar, mas os racistas não passarão”, comenta Sabino.
Douglas Gomes, coordenador do Projeto Guri, músico, percussionista e ator aspirante, acredita que será mais um dia de luta. “Consciência Negra é entender que todos somos um, na amplitude que nos caracteriza e nos define, enquanto seres humanos. Um instante para reacender a discussão sobre a contribuição negra na formação da sociedade brasileira, sobre o que foi o processo de escravização e como isso ainda afeta toda a nossa população”, completa Gomes.
“Consciência Negra é a possibilidade do reencontro ancestral a partir das práticas do cotidiano, onde o universo faz sentido pela coletividade e o respeito na sabedoria do encontro de gerações em evolução”, destaca Rafael Y Castro, doutor, mestre e bacharel em percussão, integrante da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), escritor, professor da disciplina ‘As baterias das escolas de samba e seus padrões oriundos da diáspora africana’ e coordenador técnico-educacional da Sustenidos.
“Trazer a temática da Consciência Negra para o debate é importante, pois fomenta a reflexão de um modo de agir e pensar que está enraizado estruturalmente na sociedade, camuflado sobre o mito da democracia racial. As percepções e opiniões que são tidas como pessoais e particulares, e que suspostamente se formam a partir da visão de mundo que cada um tem, são na verdade forjadas a partir de uma cultura colonizadora e escravocrata que classifica a sociedade não só por classes, mas pela cor e origem dos seus cidadãos e suas cidadãs”, reflete Francisco Cesar Rodrigues, superintendente de desenvolvimento social da Sustenidos.
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Sobre a Sustenidos: Eleita a Melhor ONG de Cultura de 2018, a Sustenidos é a organização responsável pelo Projeto Guri (nos polos de ensino do interior, litoral e Fundação CASA), Conservatório de Tatuí e Complexo Theatro Municipal. Além dos projetos especiais Som na Estrada, Musicou e MOVE, e dos festivais Ethno Brazil e Imagine Brazil. Além do Governo de São Paulo, a Sustenidos conta com o apoio de prefeituras, organizações sociais, empresas e pessoas físicas. Instituições interessadas em investir na Sustenidos, contribuindo para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, têm suporte fiscal da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FUMCAD). Pessoas físicas também podem ajudar. Saiba como contribuir no site da Sustenidos .